O melhor da Folha ontem foi a reportagem e entrevista com Ángela Pérez Mejía, diretora da Biblioteca Luis Ángel Arango(BLAA), sobre as bibliotecas em Bogotá. ” Nós, colombianos, temos vergonha de ser olhados como país violento. Nascemos na escassez, somos pobres. E nos surpreendemos em como a cultura pode mudar nossa realidade”.
Acrescente-se: a BLAA na Colômbia é uma das mais visitadas do mundo, com média diária de 9000. Bogotá será a primeira capital da América Latina a ser a Capital Mundial do Livro (UNESCO). Rede de ciclovias e transportes urbanos servem a todas as bibliotecas. O projeto “Livros ao vento” é o que há de mais delícia para uma prefeitura fazer e os “biblioburros” são inteligentíssimos! O primeiro consiste em livros de bolsos distribuídos para leitura nas ruas, em ponto de ônibus, praças e etc com a inscrição “Deixe que este livro voe” na contracapa para que as pessoas leiam e os repassem. O segundo é o trabalho na floresta Amazônica de agentes que levam, em lombos de burros, livros para serem distribuídos nas localidades mais distantes.
O país hoje tem apenas 5% de analfabetismo. Quando Ángela disse que em Bogotá as bibliotecas são lugares não apenas para ler, mas para se encontrar, por isso são projetadas como espaços públicos… que roubam o público de shoppings e tal e que estão, pela leitura, mudando a atitude e a vida da cidade, eu me emocionei, juro. Vislumbrei logo os namoradinhos marcando sábado à tarde na Biblioteca. Os velhinhos, as mães com os filhos.
Quando o Brasil vai aprender?