Ainda Cicarelli

Acabei de receber um e-mail depreciativo, mas admiro a criatividade do brasileiro. Não quero reproduzir a imagem aqui, mas consiste num pacote de miojo com sabor galinha, da marca Cica / Knorr. No pacote, uma foto de Daniela e outra em sombra do vídeo, com o rapaz encaixado nela e a mão naquele lugar… Os dizeres por cima da fotografia do vídeo completam a graça da imagem trabalhada possivelmente em photoshop: É só esquentar na água e comer! De mau gosto, mas engraçado.

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Para desbancar os moralistas de plantão e os preconceituosos depreciativos, a imagem da campanha a favor da Cicarelli:

https://i0.wp.com/inconfidenciamineira.com/wp-content/deborakerr.jpg

E o poema do grande Vinícius de Moraes que estava linkado lá no meu post:

Balada da Praia do Vidigal

A lua foi companheira
na Praia do Vidigal.
Não surgiu, mas, mesmo oculta,
nos recordou seu luar.
Teu ventre de maré cheia
vinha em ondas me puxar,
eram-me os dedos de areia,
eram-te os lábios de sal.

Na sombra que ali se inclina
do rochedo em miramar,
eu soube te amar, menina,
na praia do Vidigal…
Havia tanto silêncio
que, para o desencantar,
nem meus clamores de vento
nem teus soluços de água.
 

Minhas mãos te confundiam
com a fria areia molhada,
vencendo as mãos dos alísios,
nas ondas da tua saia.
Meus olhos baços de brumas
junto aos teus olhos de alga
viam-te envolta de espumas
como a menina afogada.

E que doçura entregar-me
àquela mole de peixes,
cegando-te o olhar vazio
com meu cardume de beijos!
Muito lutamos, menina,
naquele pego selvagem
entre areias assassinas,
junto ao rochedo da margem.
Três vezes submergiste,
três vezes voltaste à flor
e te afogaras não fossem
as redes do meu amor.
Quando voltamos, a noite
parecia em tua face,
tinhas vento em teus cabelos,
gotas d’água em tua carne.
No verde lençol da areia,
um marco ficou cravado,
moldando a forma de um corpo
no meio da cruz de uns braços.
Talvez que o marco, criança,
já o tenha lavado o mar,
mas nunca leva a lembrança
daquela noite de amores
na Praia do Vidigal.

Vinícius de Moraes

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‘Pro dia nascer feliz’

Companhia. Abraço apertado. Suspiro. Preguiça no corpo e falta de hora para levantar.  Planos? Nenhum. Obrigações? Também não. Só o dia inteiro que se descortina desde a madrugada promissora…

Um cheiro no corpo, um perfume na cama. Um beijo no pescoço e o sorriso de quem se ama. Café a dois. Delícias partilhadas. Não há promessas, não há certezas. Há o hoje, o agora, o instante, o momento. E esse momento enche a minha vida inteira.

Hoje é sexta. Sem pauta na agenda. É toda minha a liberdade das horas que chegam sem compromissos. Tudo então é possível. Até ser feliz.