Pronto. Votamos todos. É verdade que não havia opção.
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Achei bonito um vendedor de castanhas na praia falar que votou em C. Buarque porque acredita que o caminho para o país é a educação. É bonito ver o homem do povo pensar assim.
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Adorei a propaganda ter sido banida. A cidade ficou muito mais limpa.
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Não havia na tabela de pesca eleitoral os números dos presidentes. Muita gente se atrapalhou na hora de votar por isso.
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Votei na escola onde minha mãe trabalhou por mais de quinze anos. A praça Maria Emília estava lá, no interior do colégio. Transportei-me no tempo e me lembrei da inauguração. Maria Emília era a excelente diretora daquele tempo. Li toda a Ciranda dos livros na sala dela. Era um tempo melhor no ensino público.
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Um cartaz, na seção 88, com letras lindas, dizia que as línguas eram Português, Inglês, Italiano, Japonês e ESPANHOU. No tempo de minha mãe, não era assim. As professoras erravam, mas uma consertava a outra. Havia coordenação , vice-direção e direção. E o cartaz já estava velhinho na parede. Sinal de que há tempo os alunos lêem espanhou.
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É proibido vender álcool em dias de eleição? Aqui na Bahia parece que não. Os bares da orla estavam lotados. Muita cerveja e vodka.
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Não vi ninguém realmente feliz com as urnas.
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O dia estava lindo; o sol, apaixonante; a vida é bela e é possível ser feliz. Mas eu estava cinza.