A moça arrumou suas coisas. Ela separou, conforme mandam os princípios chineses, tudo que não usava há mais de um ano. Na lista, entraram cerca de 100 livros de língua portuguesa. Nada ultrapassado, velho ou inválido. Livro novo, com pouco uso, para boa consulta e estudo. Ensacou e pôs todos na mala do carro. O sebo pagou pouco. A moça não os vendeu então. Então a moça da história se lembrou de que há estudantes que querem ser professoras. E ela foi lá. Distribuiu os sacos pesados. Uns olhos brilharam entre todos.
A moça não sabia, mas dormiu com um ar de felicidade muito reconfortante porque descobriu que fora da poeira alérgica de uma estante na prateleira esquecida, os livros carregavam alegria em potencial.