Tudo bem que ano novo é uma questão simbólica, mas a força do símbolo já está tão enraizada na nossa cultura que não há, muitas vezes, como dela escapar. O Ano Novo vem aí. Faltam 45 dias. Uns dirão: já?; outros respirarão aliviados.
Estou entre os últimos. Ano difícil, ano de síntese dos processos anteriores. Ano de fechamentos, de lamber feridas e entender os rombos que os meus trinta anos de história deixaram. Ano de avaliação: os amigos de verdade se consolidaram, os que pareciam ser desapareceram…outros surgiram. Ano de repensar no trabalho. De rever expectativas, planos, projetos e sonhos.
Não há tantos. Mas os que se delineiam são sólidos e válidos. Já pude perceber o quão supérfluos foram certos desgastes e estresses; compras e mercadorias; preocupações e ‘valores’. Já descortinei a hipocrisia, já revi as prioridades (minhas, as dos outros respeito). Não, não tive relacionamentos supérfluos. Ainda escapo dos tribalistas. ‘Não sou de ninguém’, mas sou companheira, crio laços e vínculos. E quero continuar criando-os.
Agora, finalmente, quando 2006 começa a realmente ir embora, respiro mais aliviada. Sozinha a grande parte do ano, pude perceber na minha horta as ervas que eram daninhas. Colhi as de cheiro, os temperos, o sal da terra às vezes com gosto de lágrima. De fênix, que eu já percebera desde fevereiro, revi as cinzas.
Mais símbolos então: adoro o dia 27 porque é o dia do meu aniversário. E o ano seguinte será 2007. Outro tempo precisa surgir para mim, outras ruas e caminhos por onde andar. Nada muito utópico, irreal ou onírico. Apenas constatações de que um ciclo se fechou.
Muito inspirador esse texto!
re: eu tambem! Mas estou fazendo um regimezinho saudavel 😉
bjks
Alena, eu postei sobre o ano também…Pra mim também foi meio que um ano de balanço e descobertas. Acho que de fim de ciclo também, só preciso saber se dou conta. Quem sabe não surge um tempo bem ensolarado para nós? Beijo.
Adorei o seu texto. Realmente mto inspirador. Não tem como fugir, sempre fazemos os balanços nessa época do ano. O que foi bom, o que foi ruim, o que devo repetir… ?Sempre fazemos promessas também: – Nesse ano eu vou fazer isso, aquilo…
De qualquer forma, é uma hora boa pra gente parar e refletir… além de que sempre dá um fôlego a mais pra continuar seguindo em frente.