Borges

“Cada um de nós se define para sempre, num único instante de sua vida – instante esse em que cada qual se encontra para sempre consigo mesmo”. Jorge Luís Borges

Fico a pensar… será? Somos os múltiplos de nós? As poliprojeções que se abrem em leques infinitos de nossos anseios? Ou tendendo ao reducionismo, somos sim, uma essência mais profunda que se forma num átimo de tempo, exatamente aquele tempo em que nos encontramos conosco e nos descobrimos nós?

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Recortes meus da leitura do dia: Jorge Luís Borges

“Uma forma de felicidade é a leitura”.

“Um livro não deve exigir esforço; a felicidade não deve exigir esforço.”

“Sim. A poesia é cabalística, entre tantas outras coisas. (…) A poesia é algo tão íntimo que não pode ser definida.”

“(…) penso que é melhor sentir-se herdeiro que se sentir dono de algo que se transmite. Não sei se tenho alguma coisa. Mas sei que recebi muito. Talvez eu possa dar o que não tenho: possa dar a sabedoria, a prudência que não tenho, a imaginação que não tenho. De qualquer modo, creio que os escritores somos amanuenses de algo secreto, que se pode chamar, segundo a tradição homérica, de musa; segundo a tradição hebréia, ruach, o  espírito; ou segundo a feia mitologia moderna, inconsciente ou subconsciente; ou, segundo a bela expressão do grande poeta irlandês William Butler Yeats, a Grande Memória.”

 “O importante é a poesia, essa coisa misteriosa que não podemos definir, mas que sentimos e que pode surgir a qualquer momento.  (…)  Tudo é igualmente poético. Tudo é igualmente assombroso e inexplicável.”

Amar de verdade

Carlos Drummond, meu poeta preferido, aquele de bolso, cabeceira, citações e ternura no meu coração, já disse que “amar o perdido/ deixa confundido/ o coração”. Mas hoje, mais uma vez, a frase que me toca é que “Amar se aprende amando“.

Já li alguma vez que os que têm maior capacidade de amar são os mais carentes, exatamente porque precisam dar o amor que têm.

Hoje vejo como as pessoas têm pouco amor… é sério mesmo. A tolerância é pequena, o cuidado é displicente, esquecido, o amor é condicionadíssimo, a conquista ocorre só nos momentos iniciais.  A modernidade adoeceu o homem e minimizou o seu potencial amante.

Alianças com esperanças

É o sexto casamento a que eu vou neste ano… E mais ou menos fui a seis enterros também. Diriam os céticos que, muitas vezes, um é sinônimo do outro.

Mas, quando eu vejo aqueles bolinhos com uns noivinhos bonitinhos em cima e umas mulheres vestidas de bolo com coroa e tudo na cabeça, neste conto de fadas que enevoa o terceiro mundo e o apartamentinho de quarto e sala, ah, juro, eu fico feliz de ver que ainda tem gente que crê na vida e tem fé no amor, ainda há pessoas que se prometem ser felizes para sempre… ou até que a morte os separe… quem sabe a vida.