Às vezes, falta só um minuto de uma prorrogação impensável, os corações estão todos saltando pela boca, parte grande da torcida desiludida começa a abandonar o estádio, outros ainda esperançosos torcem nervosamente por um milagre não se sabe de que céu cairá, preparador ansioso pensando em todo o trabalho a escorrer pelo ralo, técnico angustiado com o placar, jogadores a correr e buscar nos últimos instantes a bola na rede… Ouvidos colados no radinho de pilha, velhinhas fazem reza para todas as nossas senhoras, crianças tricolores com uma decepção de dar dó, unhas roídas e cervejas espalhadas desoladamente entre mulheres que tremem a pensar no desemprego dos esposos… A pressão dos comentaristas rasga a vã esperança de uns heróis frágeis que insistem em acreditar que a jogada ocorrerá.
A voz do locutor se atropela, ganha um clima de gradação crescente, quase ninguém espera mais, uns ajoelhados pedem por favor aos santos, orixás e amuletos… e de repente a jogada se arma, os olhos se arregalam, o coração vai a mil, a adrenalina sobe e ela entra redondinha no gol, no gol, no goooooooooooooooooooool!
Um a zero miraculoso, classificação aos 50 minutos do segundo tempo e um estádio inteiro a gritar, pular, sorrir… abraços, lágrimas e uma festa de explodir a torcida. Na agonia, quatro torcedores sofrem do coração e a equipe médica precisa socorrê-los. É o futebol, é o futebol, é o futebol.
A primeira vez , depois de adulta, que fui ver ao vivo um jogo de futebol, fui convidada dos meus filhos rapazes, que me ofereceram o bilhete como prenda do Dia da Mãe ( confessaram depois que o Futebol Clube do Porto oferecia um bilhete a quem levasse a Mãe…). Já não me lembrava da emoção que é ver milhares de pessoas a sentir em uníssono, a reagir em harmonia, a manifestarem-se desinibidas.
Pena que não entenda as regras, e que fizesse os rapazes passarem vergonhas em público com as perguntas que eram a verdadeira manifestação da ignorância da própria mãe.
Mas não tenho esfofo para aguentar os 90 minutos de pura emoção. É que fico eufórica quando o FCPorto marca um gooooolo, mas cheia de pena do guarda redes do adversário!
Alean,
Mais uma identificação que temos. Também preciso que meu time seja campeão. Quando ele perde, fico com o humor insuportável.
Beijo
Espero que esse gol mude as coisas. O futebol da Bahia não pode continuar dessa forma. Profissionalismo e seriedade já!