Faz mais de 10 anos que entrei como caloura na sala de uma faculdade. Lembro que faltei ao primeiro dia depois de muito convencer minha mãe de que poderia pegar algum trote e de que aquilo poderia ser perigoso.
Na verdade, me deliciei com a sensação de liberdade que me invadiu ao descobrir que, agora, sim, aos 17-quase-18, eu estava livre da tutela exacerbada dela na escola. Meu Deus!
Cada um na sala, dono de seu nariz, assistindo às aulas que bem quisesse. Isso seria o paraíso.
Não haveria SOE, Coordenação e Direção atrás de mim. E nem diretoras amigas de minha mãe ou freiras que não tinham o que fazer para ligar para ela caso eu fizesse alguma besteira. Estava livre para fazer a bobagem que quisesse.
Foi assim que fui a muitas festas, calouradas, cheguei atrasada a algumas aulas e faltei outras que não julguei importantes. Eu viajava e voltava só quando queria. Delícia pura de ser jovem.
Logo no segundo semestre, a ficha caiu: ou eu bem estudava e virava uma profissional que prestasse ou bem eu ficava na vagabundagem doce dos que não querem nada. A ‘responsa’ e a educação falaram mais alto. Terminei então sendo uma aluna responsável embora soubesse bem administrar minhas necessidades pessoais de faltar às aulas para namorar ou ir à praia de vez em quando.
Outra coisa que descobri logo no segundo semestre também: tudo que eu tinha deixado para estudar depois fazia falta e não seria jamais estudado. Então aprendi a estudar antes do professor cobrar. Porque eu detesto pressões. E acho estudar algo tão maravilhoso que jamais ninguém poderia me convencer de que era uma saco.