Não há nada melhor que ver Alice sorrir. Ver Alice descobrir o mundo é maravilhoso. Ela conversa muito e cada som é uma descoberta maravilhosa para mim. Pega as mãos e agarra uma na outra como quem reza o credo pela vida. Sacode as perninhas e os bracinhos e acha graça de nossa conversa consigo.
Os filhos existem para encontrarmos o melhor de nós. Bem no fundo, recôndito, fica aquela porção humana admirável que, na vida adulta, só redescobrimos quando temos alguém para amar. E o amor pelos filhos é só entrega porque estamos ali, prostados, diante do fantástico, da continuidade, da novidade. É a hora sim, em que o que de melhor somos aparece. É o instante miraculoso em que você, gente comum, pequena e (quiçá) vil, se converte em alguém com capacidade plena pra fazer o outro feliz. E nada exige verdadeiramente porque o efeito da felicidade do bebê sacudindo-se, sorrindo e dando gritinhos incompreensíveis aos leigos nesta linguagem da vida é o suficiente para apaziguar a sua alma inteira.