Minha avó repetia sem parar: “Dá a quem te dá, a quem não te dá não dá não.” Ela dizia que os sinos dobravam assim…
Fazei o bem, mas olhai a quem.
Minha avó repetia sem parar: “Dá a quem te dá, a quem não te dá não dá não.” Ela dizia que os sinos dobravam assim…
Fazei o bem, mas olhai a quem.
Dado Dolabela é preso numa incrível manifestação pública de que os tempos andam mesmo mudando por estas bandas. País onde o machismo ainda impera, resquício de um patriarcado de milênios implantado pela ‘santa igrejinha’ que também nos colonizou, surpreende , sim, que uma prisão ‘famosa’ aconteça por agressão em primeira instância e, em segunda, por descumprimento de ordem judicial.
Mas o que me deixou boquiaberta mesmo foi a estupidez da invenção da camiseta em proteção da pobre vítima famosa que não é bandido , mas pode agredir mulher e pessoas de classe inferior.
A camiseta diz “Não culpado” ou “Inocente” e a expressão logo abaixo “Dado rocks” está traduzida em diversos sites e blogs como “Dado arrebenta”, o que vira um trocadilho infame. Há quem leia “Dado é legal” ou “Dado é de rocha”(gíria que significa bom cara, amigão).
O rapazinho da foto, o ator André Gonçalves, na minha opinião, perdeu uma excelente oportunidade de ficar calado, de não se manifestar. Ser amigo e mostrar apreço por quem quiser é arbítrio puro de cada pessoa, e todos somos livres para fazer nossas escolhas. Mas, infelizmente, o apoio ao colega tornado público pode ser traduzido em apoio à sua atitude de empurrar a então noiva no chão, de causar escoriações e luxações no braço de uma senhora de 62 anos que interviu favoravelmente à atriz.
Se é assombroso que a gente ouça o apoio de trogloditas de plantão que acham justo o que Dado fez porque consideram Luana vadia, vagabunda e outros adjetivos do gênero, por outro lado não admira que a camisa esteja esgotada – sim, alguém teve a idéia infame de vendê-la on line. São os mantenedores da velha ordem que compram a camiseta, que tem coragem de vesti-la.
Senhor Gonçalves, sinto muito pelo seu apoio, sinceramente. É culpado sim um homem que agride uma mulher, outro homem ou mesmo um animal. Há muito descobriram que o ser humano é racional e, se uns têm instintos agressivos maiores que a própria razão, que estes descubram a hora de parar – antes que a polícia ou a justiça precise de lhe colocar os freios para que conviva em sociedade.