Cirque du Soleil Quidam

Quidam é uma prova de superação do humano, é uma ode à beleza, uma história de revelação do magnífico que o corpo humano pode fazer.

Quidam me encantou ao ponto de eu passar duas horas feliz, sorrindo, batendo palmas entusiasticamente e, por vezes, até com lágrimas aos olhos de emoção.  Desde 1996 que está em cartaz. Ao pensar no tempo, 13 anos após a sua primeira exibição, quando um magnífico ESPETÁCULO como este vem ao Brasil, mais exatamente ainda na sua cidade, não há como conceber ficar de fora. A não ser quando não fazemos idéia do que seja. Só o desconhecimento faz passar ao largo um show como este.

Segundo a definição da wikipédia,

“Quidam: um transeunte sem nome, uma figura solitária numa esquina da rua, uma pessoa a passar apressadamente. Podia ser qualquer um. Alguém a chegar, a partir, a viver na nossa sociedade anónima. Um elemento na multidão, um entre a maioria silenciosa. Aquele dentro de nós que grita, canta e sonha. É este o “quidam” que o Cirque du Soleil celebra.”

Logo no primeiro ato, Shayne nos faz maravilhados ao vê-lo girar e girar e girar na roda alemã em desafio `a gravidade e à possibilidade, com uma leveza que nos transporta ao universo onírico. As voltas e piruetas e a dança na roda entontecem. Lindo!

As menininhas chinesas revelam a destreza ímpar com o ioiô chinês. Os diabolôs rodam, giram, sobem e descem na corda enquanto dançam e realizam malabarismos e trocas entre elas. Palmas e mais palmas…

Força física parece o de menos face à graça e à leveza de Anna, enroscada no tecido vermelho, a voar em nossa imaginação. Contorcionismos múltiplos criam um efeito de rara beleza. Esquecemo-nos de que temos limitação e tudo é feito com tanta propriedade que nos causa a sensação exata de que também somos capazes de tanta superação. Quem foi que disse que o corpo é o limite?

O sincrônico saltar de cordas ao som de uma música capaz de enlevar a mais pesada das almas faz os artistas parecerem crianças livres de um tempo que a nossa recordação custa a crer. Transporta-nos para o deslumbramento de sentir as primeiras vitórias ao conseguir pular corda ou talvez aos olhos maravilhados de quem assiste a quem o faz com perfeição. A coreografia envolve 20 acrobatas que saltam e dançam num ritmo coordenado enquanto a magia das cordas girando enfeitam o ar.

Imagem do site oficial Quidam Cirque du Soleil

Imagem do site oficial Quidam Cirque du Soleil

As garotas e os arcos no ar a girar, girar, girar… voam em nossa imaginação e trazem suspiros de beleza. Um figurino belíssimo e a graça de meninas que bailam e voam, voam, voam…

O vídeo vale :

Os artistas se enroscam em cordas e nos revelam o que o ser humano pode fazer… quem dera nos ares estar assim.

Há apenas um grandissíssimo problema: ver em vídeo, na net, na foto e até mesmo na lembrança… não, nada supera a beleza do espetáculo ao vivo.

Asa e Jerôme em sua performance conseguem mostrar tanta simbiose entre um homem e uma mulher, dois corpos que se entrelaçam em posições deveras impossíveis, que me fizeram crer ser esta talvez a metáfora mais perfeita do AMOR.

Não se perdem um do outro, andam devagar, movimentam-se pouco a pouco, palmo a palmo, toque a toque… entrelaçam-se com uma sintonia que nos leva à leitura de um casal amante.

Há apenas um grandissíssimo problema: ver em vídeo, na net, na foto e até mesmo na lembrança… não, nada supera a beleza do espetáculo ao vivo.

Tive vontade de ir umas cinco vezes.

Publicidade