Prezados, bom dia a todos!
Embora o descanso seja sempre um mérito para os que lavoram… decidi, nestas férias, aproveitar o tempo e a minha vontade de trabalhar, além da criatividade e do empenho que estavam a mil desde que retornei da minha licença-maternidade. Então aceitei a incubência de ministrar um curso de formação para Coordenadores Pedagógicos e Técnicos em Educação no Acre acerca das mudanças no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) e da proposta do Ministério da Educação em induzir a reforma do Ensino Médio nacional a partir da Matriz de Referência.
O ENEM propõe como principais objetivos democratizar as oportunidades de acesso às vagas federais de ensino superior (grande parte das universidades brasileiras já aderiu ao ENEM como processo seletivo), possibilitar a mobilidade acadêmica em território nacional e induzir a reestruturação dos currículos do ensino médio.
O fato é que, no ensino nacional, os vestibulares de cada região ditavam o programa e as prioridades a serem valoradas e o efeito na educação era o preparo de adolescentes para fazer uma prova, geralmente com ensino “decoreba”.
A proposta reorganiza o Ensino Médio porque o ensino agora deve se pautar não mais em meras listas de conteúdos, mas em eixos cognitivos importantes : Dominar linguagens (DL -dominar a norma culta da Língua Portuguesa e fazer uso das linguagens matemática, artística e científica e das línguas espanhola e inglesa), Compreender fenômenos (CF- construir e aplicar conceitos das várias áreas do conhecimento para a compreensão de fenômenos naturais, de processos histórico-geográficos, da produção tecnológica e das manifestações artísticas), Enfrentar situações-problema (SP- selecionar, organizar, relacionar, interpretar dados e informações representados de diferentes formas, para tomar decisões e enfrentar situações-problema), Construir argumentação (CA – relacionar informações, representadas em diferentes formas, e conhecimentos disponíveis em situações concretas, para construir argumentação consistente) e Elaborar propostas (EP – recorrer aos conhecimentos desenvolvidos na escola para elaboração de propostas de intervenção solidária na realidade, respeitando os valores humanos e considerando a diversidade sociocultural).
A partir dos eixos, os estudantes devem ser preparados estudando conteúdos e conceitos , mas não na mera perspectiva conteudista: é preciso que desenvolvam COMPETÊNCIAS E HABILIDADES ( e é delas que trata a Matriz de Referência).
Foi um momento importante de retomada da minha vida acadêmica e eu gostaria sinceramente de partilhá-lo com vocês. Em seguida, ministrei em Alagoas e em Santo Amaro, interior da Bahia, outro curso de formação para professores e profissionais da educação da rede pública e privada sobre o CONPET na escola: programa nacional da racionalização do uso dos derivados do petróleo e do gás natural (Petrobrás – Ministério das Minas e Energias). Fiquei responsável pela oficina de elaboração de propostas viáveis. Foi também um momento deveras salutar de observar e participar dos esforços nacionais de repensar a educação do país e de reformular o ensino médio como um todo.
Visitei também uma escola privada (modelo) recém construída em Feira de Santana, a João Paulo I, e voltei encantada com algumas atividades que desenvolvem lá.
Trago das férias esta bagagem e coloco-a à disposição.
Alegria agora : o trabalho me dignifica de novo!