Dia Internacional da Mulher

Sei não, mas o apanhado de baboseiras que tenho visto na internet sobre o Dia Internacional da Mulher me deixa cansada. A luta é perpétua? Parece que sim.

Piadas de mau gosto, burrices coletivas e desmerecimento da luta bem como banalização do movimento me deixam meio angustiada e reflexiva ao pensar na estupidez de seres humanos que parecem demonstrar não ter se livrado dos ecos patriarcais medievos.

A violência contra a mulher existe. Está clara nos índices da imprensa e também nos reunidos por blogs como o Machismo mata. Está aqui, na minha família, e na sua também. Na minha vida e na sua.

Dia internacional da mulher não é o dia de ficar comercializando bombons ou distribuindo rosas apenas – embora perfuminhos e presentinhos também possam existir.  É o dia de parar para relembrar, descobrir, conhecer, conscientizar-se da luta das mulheres que desde a Idade Média, especialmente, se viram acuadas, desprezadas e vilipendiadas por uma cultura que sobremaneira validou o  olhar masculino e instituiu o patriarcado, desprezando culturas matriarcais e esmagando qualquer importância feminina, ou melhor, restringindo-a a uma “culpa” absurda do “pecado original” , limitando-a a recipiente reprodutório perpetuador da espécie e assim desconstituindo-a de sua identidade.

continua

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Lasanha deliciosa de abobrinha

Primeiro, vista-se de fé em sua dieta reeducação alimentar (leia-se mesmo Magreza Ansiada) e também lave as mãos e deixe pelo ralo o seu passado de gordura.

Depois, inspire bom humor e separe uns cinco ou seis ou sete dentes de alho. Descasque-os que o segredo talvez esteja aqui: alho! Numa panela chique, a mais linda que você tiver, afinal você merece o melhor, amasse grosseiramente o alho, só estourando-o. Um quase tímido fio de azeite extravirgem (dessa natureza só azeite mesmo hoje em dia) e fogo brando. Sinta o cheiro delicioso que vai perfumar sua cozinha e, assim que isso ocorrer, antes de dourá-los, branquinhos mesmo, jogue acrescente com amor a latinha de Pomodori Pelatti Divella na panela e mexa para que o alho não grude no fundo. Adicione 100 ml de água e mais dois (do tamanho de sua fome) tomates italianos sem sementes, mas com pele, picadinhos. Sal e deixe cozinhar.

Enquanto isso, cante a tarantella e dance que emagrece! Além disso,a música diverte e devolve o seu bom humor que já ia se perdendo quando viu aquela coisa verde na pia ao invés da massa italiana maravilhosa  que seu ex corpo gordo tanto amava (ainda ama) (ainda ama) (ainda ama)!

Ao som desafinado e engraçado da sua voz cantante e com todo o clima medieval que a música instaura, além do cheirinho do alho que já lhe restituiu a fé na vida, lave bem a abobrinha e pegue sua ultra faca corte ninja e fatie ao comprido a abobrinha inteira. (Uma só dá se for bem grande).

Monte a lasanha no prato refratário branco retangular (fica lindinho): fatias de abobrinha, muito molho. Muito molho, fatias de abobrinha. Abobrinha, muito molho… ad infinitum.

Depois, polvilhe orégano e coloque as tímidas fatias de queijo mussarela light por cima. Cubra com papel alumínio e leve ao forno quente por cerca de 15 a 20 minutos. (Fiz no microondas semana passada, acho que são cerca de 5 minutos).

Tome uma taça de 120 ml de vinho (juro que eu tomo) ou um fake: suco de uva integral sem açúcar (vá lá…) e sente-se com todo o glamour na mesa posta para uma!

Polvilho com queijo ralado faixa azul light ao servir.

Não vai sobrar um pedacinho sequer. Aposto!

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1 abobrinha grande

1 cabeça de alho

1 lata de pomodori pelatti Divella ou La Pastina

2 tomates italianos picadinhos sem semente

Azeite extravirgem

Queijo mussarela: 30 g (para os que querem voltar a ser magros) 100 g para os felizes com o próprio peso.

Queijo ralado faixa azul light

Sal a gosto

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Se sua fase é  de perder menos peso que eu, pode acrescentar à receita umas duas fatias de peito de peru light ou presunto de peito de peru e cozinhar picadinho no molho. Imperdível.

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1/3 do meu bom humor perdido hoje voltou depois de escrever a  receita. À noite, jantar feliz com certeza! (Viciei)

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Sugestão: Laura Pausini cantando em sua mega tv La Solitudine ou Non C’è . Se sua vida afetiva anda melhor que a minha, ouça Zizi Possi, ponha mesa para dois, faça a receita triplicada (ou faça logo dois refratários separados: a dele, você capricha na normal com direito a molho branco e vermelho juntos e ainda engana o pretendente: ele vai pensar que você é a mulher da vida dele no meio de um monte de neuróticas que jamais comeria uma lasanha sem culpa). Invista sempre em um bom vinho português e prepare-se para beijar muito depois no sofá abraçadinhos.

Se está sozinha, a delícia da lasanha vai espalhar serotonina em seu corpo, tenha certeza, essa abobrinha é mesmo mágica, psicodélica… e quando você estiver embriagada (de felicidade [por ter comido algo tão delicioso e light, sem gosto de isopor] afinal, 120 ml de vinho não embriagam nenhuma bacante) , termine o jantar prostada no sofá assistindo às versões de Viva Forever com Spice Girls…e sonhe com um futuro magro e a dois.

Sim, dá para ser feliz fazendo dieta.

Sim, minha alma é romântica e brega, e italiana.

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Post dedicado a Martinha, leitora tão querida, Adriana Baggio, musa inspiradora e Marina Queiroz, leitora nova.

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Se a coisa for chique, mesmo, saladinha de rúcula com pimentões em conserva  antes é uma ótima pedida! 😀

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O que fazer com a garrafa de 750 ml de vinho após ter consumido os míseros 120 ml? Não guarde que vai ter vontade de bebê-la toda. Doe-a ao seu vizinho gato… quem sabe? Ou tranque-a no banheiro de empregada e jogue a chave pela janela (até você chamar o chaveiro, a compulsão terá passado). Pode também comprar logo a meia garrafa. Meias garrafas são glamourosas para jantar sozinha. E se você não resistir e bebê-la toda, o estrago será sempre menor.

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Já estou quase pensando mesmo em fazer a doação ao vizinho gato… acompanhada da canção sugestiva de Adele.

Emagrecendo com prazer

Citei a Adriana Baggio no post anterior e adorei ver a própria aqui no blog  me pedindo a receita da lasanha de abobrinha. Adorei!

O fato é que emagrecer é um sofrimento terrível mesmo. É porque se a balança não mostra logo resultados, se empaca ou se simplesmente é lento o processo … tudo isso nos acaba e ficamos com vontade de visitar aquele biscoito e aquele chocolate…  sem esquecer do brigadeiro, da cerveja e dos tiragostos mil que nos assombram na fase do limbo. Pô, comer dá prazer!

E hoje, justo hoje que estou nervosíssima porque passei uma semana correta para me afogar no fim de semana; porque minha balança louca está de mal comigo e em cada subida aumenta três, quatro quilos ou desce cinco sem critérios; porque não estourei semana passada quando tive zilhões de problemas grandes… justo hoje resolvi escrever a receita para que eu mesma acredite que é possível sim, emagrecer com prazer, afinal, eu me amo e me amo muito mais do que uma heineken gelada.

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Martinha, minha amiga querida, distante só no físico, já queixou o convite para vir jantar! Convite aceito e feito! Na próxima semana (12 a 18 de março), convocada. Escolha o dia, vai ter menu completo e vinho.

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Abobrinha foi uma experiência um amor à primeira garfada (feita por mim). Já havia provado por outras mãos e arght! Parecia melão com isopor (uma tal recheada com ricota que estava horrível).

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Quanto à de berinjela… tenho que fazer para crer. Houve uma época em que emagreci muito e tomava então berinjela com limão todos os dias. Se fizesse exame de sangue, eu tinha certeza que na agulha sairia limão com berinjela, naquela cor fake de caldo de cana. Então, em outra época insana (MAS AMBAS eficientes, registre-se), tomei sopa com berinjela…

de modos que, vocês já devem estar imaginando, a pessoa aqui só traz uma boa recordação da berinjela: ela fritinha e empanada por mãos italianas de verdadeiros chefs, lá na minha casa antiga do Costa Azul, naquele tempo e espaço quando e onde eu era muito feliz.