Sobre a morte do candidato

A dimensão humana de uma tragédia é a dimensão humana de uma tragédia. Está certo.
Mas daí a quase uma timeline inteirinha do facebook que nunca tinha publicado sequer um postzinho do mais ordinário ou minúsculo sobre o político falecido e, de repente, virar carpideira eleitoral do defunto… me façam uma garapa.

A psicologia explica a tendência a santificarem os mortos. E a cultura popular também. Não, eu não tenho saco para isso. É um atentado à inteligência.

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…Embora

O último vinho não é a última taça… quiçá a última gota.
A última ponte não é a última esperança… quimeras da última aliança.
A última foto não é a última morte… nem a última câmera.

O último sonho não é o findo suspiro… quem dera a lembrança.
A última lágrima não é a doce lembrança… choro de criança.

O último vento não é a finada cortina… ainda desolação.
A última chama não é o esperado orgasmo… sequer deleite.
A última dor não é o último pulso… voo transcendente ao infinito.

Esperas. Demoras. Que horas? Embora.