Escrevo para desopilar.
Escrevo para desencontrar.
Escrevo para não surtar.
E escrevo porque surto.
Escrevo porque sussurro. Escrevo porque falo. Porque ouço. Porque grito. Porque choro. Escrevo porque rio, sorrio, gargalho. Explodo.
Escrevo porque há lápis. Mas gosto mais de caneta.
E teclo. Quase como penso.
Escrevo. Rabisco. Não apago. Publico.
Escrevo e encontro. O outro. O amigo. O inimigo. O sonho. O etéreo. O impalpável. O mito.
Os íntimos.
Serena canto palavras no papel.
Insana rasgo as mãos em palavras.
E elas brotam estúpidas, pálidas, pesadas.
E leves, mais leves que a alma.
Alena Cairo