Esse pretendente…

(sem censura)

Pela  segunda vez neste semestre, ouço de um pretendente diferente a frase : “Alena, eu tenho medo de você.”

Fiquei preocupada. Assim eu vou morrer solteira (minhas sinapses concluíram imediatas). Arrisquei a pergunta então: Medo de quê?

A resposta:

“Medo de me apaixonar de novo por vc, medo de amar vc novamente, medo de jogar tudo pra puta que pariu e correr pros seus braços … medo, medo, medo…”

Alena Cairo   diz:
“menos mal
tomei até um susto
esse medo é melhor”

Fez bem, confesso.

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Esta tal modernidade

Recebi ontem um e-mail da amiga maravilhosa que a vida me deu nestes últimos três anos. A fofa está em Lisboa em lua-de-mel e avisava-nos, a nós, pobres mortais, que seu álbum de casamento já estava disponível. Tudinho on-line. É que estes fotógrafos estão cada vez mais profissionais.  A  gente recebe o login e a senha para acessar o álbum e pronto! E euzinha aqui passei hooooras a ver tim-tim por tim-tim cada detalhezinho da festa que foi m-a-r-a-v-i-l-h-o-s-a.

Terminei de ler…

O conto da ilha desconhecida e já o inseri no meu cronograma de aulas e já o enviei aos meus amigos leitores. Saramago, simplesmente, sabe o segredo. Nestes dias, quando eu termino de ler um escrito seu, tenho, simplesmente, a vontade de me sentar em Lanzarote com ele, na varanda, a vê-lo com os seus cachorros e a esperar que o mestre me diga qualquer palavra – após os minutos de um silêncio imperativo e essencial enquanto esperamos juntos que Pilar nos traga o chá.

Arranjei um casamento

(Pausa para eu dar risada)

Sabe aquelas festas, tipo formatura de prima? Pois é. A partir de hoje, eu já poderia ser noiva, não fosse este daqueles pretendentes que eu não pretendo. (parte V)

Estava eu lá, na reunião da faculdade, com minha compenetradíssima coordenadora, ansiosa para ser logo liberada para encontrar a família dos primos dos primos dos primos de minha mãe. Mais ou menos isso. Vá lá que moças ainda não “desposadas” precisam ir aos bailes para ver se encontram um cavalheiro ( nos tempos modernos, está rolando cavaleiro também!). E tudo em plena terça-feira, que hoje a gente não pode dispensar oportunidade.

De uma faculdade, rumei de salto alto, maquiagem e cabelo arrumado uns 26 km para a reitoria de outra. Consegui me atrapalhar no estacionamento e chegar a tempo de ver todos dando parabéns na formanda (oba!). Perdi todos os trâmites da cerimônia. Mas entrei faceira, do alto dos meus 15 centímetros de salto agulha, sorrindo para todos. A tempo de ouvir os gritinhos das primas, eufóricas no que bom que você veio. Tratei de ver a nova odontóloga, dar-lhe aqueles dois abraços apertadíssimos (ah, cria minha: eu dava aula de português a ela quando ia fazer vestibular) e mais uns mil beijinhos típicos de mulheres nestas circunstâncias.

Aí chegou a melhor parte da festa: a parentada. Risada de cá, risada de lá, veneno daqui, veneno dali. Titititi ti-ti-ti-ti tátátá… Tomara que não falem mal de mim na próxima esquina, mas depois dos trezentos elogios também típicos destas ocasiões, fui apresentada à prima de minha mãe que eu nem sei se ela própria conhecia(risos).

Pois a figura estava doida para arranjar um partido para a outra figura: o filho. E parece que urgente. O ‘miserárviu’ do primo que eu adoro foi dizer em alto e bom som: solteirííííssima (assim, encompridando os iiiiiiii). A mulher enlouqueceu. O menino nem era feio nem nada, mas me economize! Jardim de infância em decadência franca. Como diz aquela oração que eu rezo todos os dias: ô meu deus, me ajude para eu ser pobre um dia… porque ser todo dia é f#da!

Aí veio a graça da história: fim de festa, a tal da prima que eu nem decorei o nome tratou de fazer o rapaz ficar me galanteando, me dar a mão e o braço para eu me equilibrar no meu salto – e eu adorando escandalizar as madames com o agulha 15 e com o perfeito equilíbrio com que eu ando. O pobre do pretendente sequer sorriu, o coitado. Ficou com aquela cara meio deslumbrada de quem gostou, mas também de quem não parava de pensar: minha mãe me faz pagar cada mico… E ela, a minha já-ex-futura-sogra, queria me trazer em casa, me dar carona, marcar para sair, esticar a noite…”Apareça lá em casa”… Ahahaha, acho que vou inaugurar a série esta sogra eu não pretendo.

E eu? Fugi com a Banda Podre da família: fui comer pizza com os primos que eu mais adoro e … gargalhar até agora, lógico, fuxicando de toda a festa e das pessoas. Para encerrar a noite, ainda ouvi as piadinhas do meu primo preferido: Alena cada festa sai casada. Uma vez, foi o gago; já houve o casado e também o tarado; naquela vez, o galante; em outra, o troglodita… e nesta, o infante. Eu mandei ele ir parando por aí, ou ampliando logo o leque de oportunidades! Melhorando, se possível. “Que eu sou pobre, mas sou limpinha”. (risos, muitos risos).