Já não se fazem mais divórcios como antigamente.
Casais separam e viajam junto o tempo todo? Ah, tá.
Já não se fazem mais divórcios como antigamente.
Casais separam e viajam junto o tempo todo? Ah, tá.
Não. Não me fale.
Não me fale no silêncio necessário.
Não me fale nesse amor clandestino.
Não, não me fale.
I need your love.
E isso é tão óbvio…
Um viño me inebria… e essa m…ú…si…ca…
essa música, es-sa músi-ca…
nem toda a inocência do mundo a impediria de tocar em meus ouvidos agora,
sim, agora, agora….
É noite. Nem está frio. Nem estou me sentindo só. Nem o tesão me corrompe a alma.
Oh, sim, sim… sim… Un-break my heart toca em meu coração e tudo que eu queria era estar agora contigo num espaço que … sei lá… nem precisa existir no tempo nem na história… mas acontece aqui. Aqui. Neste epaço de sonhar acordada.
Ah, deixa para lá?
Não. Não. definitivamente não.
Eu sou gente.
E menina.
E Alena.
E mulher.
É um jeito único. Um jeito só meu. É um deslizar das mãos por todo o seu corpo muito lentamente, muito intimidador… muito descobridor, muito próximo – mas no espaço do quase-não-tocar, do passear a milímetros invisíveis de distância da sua pele, cada pedaço das suas costas… chegando ao seu peito… ao ponto que, a esta altura, você já tem os olhos semicerrados, a boca entreaberta e é inevitável que ouça essa música tocar quando cada pelo dos seus braços e toda a sua nuca já estiver arrepiada , sim, sim, apenas por este quase toque deslizante que acaba em beijo… ou promessa de clandestinidade.
A grande questão que me tem levado a não escrever muito é o excesso de trabalho e as adaptações necessárias ao novo emprego. Não que o trabalho seja exaustivo, ao contrário, mas é a ideia exata de organizar os procedimentos, percerber a burocracia, atender às demandas prontamente.
* * *
Outra questão é a grande dúvida se faço como a Ticcia, que expôs maravilhosamente bem a sua dieta no Megeras Magérrimas; ou a Nalu, que escreve no Pense Leve… ou mesmo se viro uma madame fininha e acabo escrevendo em outro blog, desta vez anonimamente. Estou meio sem saber se devo ou não expor minhas agruras para emagrecer o que um tempo com baixa autoestima me legou: muitos quilos extraordinários.
???????????????
Fase, por outro lado, de recomeço, de reencontro comigo, de redefinição de planos. Muita alegria interior e sensatez. S-E-N-S-A-T-E-Z. Não sabia bem que aprenderia realmente o significado calmo, lúcido, de sensatez.
Falta de pressa.
E, ao mesmo tempo, vontade de que fique logo tudo pronto.
* * *
Muitas leituras partidas, fracionadas. E eu, que menina, jamais supus que leria um meio livro na vida. Tenho hoje uma fila de cerca de 20 meios livros. Prioridades distintas. Filha. Trabalho. Falta de saco.
Prioridade de leitura: dietas, receitas, métodos milagrosos ou não para emagrecer e mais(pasme!) autoajuda da boa (tenho uns 12 meio lidos). (se é que existe)
* * *
De presente de uma amiga (que me é muito cara): “Pare de se sabotar e dê a volta por cima” de Flip Flippen (é nome mesmo de autor?) Li o primeiro capítulo. Estou gostando. Ah, tá: eu só leio com marca texto fosforescente. Tudo marcadinho. E anotações a lápis.
* * *
Meu nome é dúvida quando as decisões importantes têm chegado. E eu que nunca fui assim. Isso se chama medo, se chama temer tomar na cara de novo, se chama cautela. Sim, eu , tão decidida e destemida, aprendi a ter cautela. ou hesitação.
* * *
Certeza: de que o mundo é mesmo muito diferente de mim. Ou ao menos o mundo das pessoas com quem convivi nos últimos três meses. Por isso = mudanças já. De pessoas, de companhias, de amizades.
Orbito em outra galáxia distinta da de minha família. Ovelha negra. Certeza.
* * *
Necessidade: de amor. Cada dia mais latente.
* * *
Vontades: todas supérfluas. E resolvíveis. Graças.
*
Momento burrice absoluta: lendo estes ridículos, mas tão úteis (neste específico momento), textos sobre como paquerar (é verdade mesmo que eu esqueço como depois de uma longa monogamia), descubro que faço mesmo tudo errado. Ao invés de elogiar o fulano, faço o inverso: elogio todos os cicranos ao redor, todos. Tática da provocação. Pode até dar certo com alguns… tsc tsc, mas com pessoas tímidas o tiro pode sair pela culatra.E agora?
Banana!
É incrível, inimaginável, impensável.
Mas a gente só sofre até o dia em que quer.
Por que eu mar evaporo
e volto a ser gota de chuva
que caio
naquele rio
no mesmo lugar ?
Tão gota, tão lágrima…
Desde que tive Alice, ainda não parei para respirar. Digamos que agora, quase um ano depois, eu estou começando a me centralizar de novo (ou seria descentralizar?).
Desde que engravidei, a’ficha’ de ter um filho ainda não havia caído. Foi tudo muito mágico como se eu própria estivesse na tela de um filme assistindo a mim mesma. Meio onírico, surtado, sei lá. O fato é que eu ainda não conseguia me dar conta de que estava grávida ou, depois, de que tinha uma filha. É lógico que eu saBIA. Mas o estado consciência e contemplação ainda não chegara. Não.
Até este mês pelo menos.
É que agora eu percebi que tenho uma filha e estou tão apaixonada por ela, por mim, por nós, nossa família, e pela vida que eu só penso em comemorar, festejar, alegrar-me.
Para completar o brinde, estou de férias na faculdade.
Então, digamos, meu mês de julho vão ser sonhos diários. Muitos.
E, para completar, eu estou apaixonada por cupcakes.
Já foi anunciada a morte cerebral de Clodovil. Não tenho nenhuma simpatia por ele, mas também não cultivo qualquer antipatia. Morreu uma figura brasileira, para mim é isto. Mas, ao ver decretada a sua morte cerebral, embora saiba o quão criteriosas são as equipes médicas em casos de homens públicos, fiquei preocupada após o que vi há poucos dias nos hospitais particulares em termos de atendimento e acompanhamento médico aqui nesta capital.
Minha avó também sofreu um A.V.C. ( aos 84 anos ). É pagante de plano de saúde há tempos, mais de trinta anos, nem sei precisar exatamente. O caos instalado no Hospital Salvador, em sua emergência, e a incompetência de alguns funcionários, me fizeram ter a certeza de que, em pleno terceiro milênio, para uma sociedade que se diz civilizada, é exdrúxulo pensar que se precise gritar para ser atendido como se deve, que não se vejam técnicos em enfermagem e enfermeiros usando luvas nos procedimentos habituais da emergência – como colocação de sonda urinária, que um fax solicitando autorização para o plano de saúde de um paciente em estado grave leve 4 horas para ser passado simplesmente porque o funcionário não reparou no papel que lhe foi entregue e que ficou durante todo o tempo em cima de sua mesa (foi preciso a família gritar) e outras barbaridades do gênero.
Então, como ela está na UTI de um outro hospital agora, após conseguirmos a sua remoção, fiquei pensando no caso de morte cerebral e em como isto é atestado aqui no país. Preocupada, honestamente, porque ela ainda dá sinais de atividade cerebral , fala embolada, mexe os olhos e aperta as mãos das pessoas em sinal de reconhecimento e aprovação ou desaprovação, fiquei temerosa contra negligências usuais no nosso Brasil.
Aqui descobri o que faz a morte cerebral ser confirmada, instigada pelo caso de Clodovil. As famílias deveriam ser bem esclarecidas porque, em caso de um atestado como este, é preciso que não haja sequer uma dúvida. Se possível, parecer de mais de um médico -embora aqui no Brasil não seja uma exigência.
Existem muitas formas de se destruir uma mulher. Muitas.
Uma delas consiste em dia após dia boicotar sua auto-estima, depreciá-la parte a parte, diminuí-la em tudo que sabe fazer, compará-la e menosprezá-la com frases sarcásticas e tiranas.
Bombardeada, muitas vezes ela se esquece de si mesma, carente que esteja de um amor que nunca virá. Não deste homem. E vai entristecendo, silenciosamente a cada aquiescência, tecendo a teia em que ela mesma se perderá. Noutras vezes, brada alto, grita também, despeja os dejetos de sua alma estropiada, de sua auto-estima vilipendiada em ofensas que buscam responder às grosserias que a agridem no cotidiano comezinho. Assim também ela se perde. Perde-se de si mesma.
“Você não sabe gerenciar uma casa.” “Você é a pior dona-de-casa que eu já vi”. “Sua empregada é a pior e mais incompetente com que já lidei.” “Você é tão boa mãe que dorme de tarde e deixa seu filho com a babá.” “Seu trabalho é fútil”. “Seu hobby é imbecil, é perda de tempo”.”Para que vai fazer este curso? Não adianta mesmo…” “Isso não vai gerar dinheiro…” “por que saiu de casa?” “Não estava aqui na hora em que precisei”. “Não conto com você”. “Você nunca faz quando é para mim…” ” Vou dormir feliz porque seu time perdeu”.
Se ela não perceber, envereda-se nesta rede de sutis ou explícitos boicotes que, inevitavelmente, a conduzirão, simplesmente, à infelicidade. É que assim, aquiescendo, ela pode esquecer que os parâmetros são outros, esquecer que quem ama cuida, é parceiro, zela por ela e deseja-lhe o progresso, a ascensão, a vitória sem sair do seu lado e apoiá-la nos momentos difíceis e delicados a que a vida expõe toda mulher.
Este boicote é um crime. Mata em vida. Incapacita. Traumatiza. E os efeitos são muito perversos. Às vezes incuráveis.